Queria de volta minha inconseqüência tão perigosa, meu excesso de coragem. Minha inocência ignorante e cômoda. Queria aprender a desaprender o que me detém. Queria cair e me machucar, machucar a todos e não me arrepender. Queria não conhecer o arrependimento, esquecer lembranças indesejadas e não ouvir os gritos do meu inconsciente que insiste em relembrá-las. Queria reencontrar a confortável ilusão de felicidade plena, a cada instante. Deixar de olhar no futuro o buraco da derrota. Seria bom deixar de olhar para o futuro, não pensar no passado ou ainda melhor, não ter um passado. Queria não precisar vencer, não precisando lutar. Voltar a viver os dias como se fossem o únicos, mesmo sem perceber que eles realmente o são.
Preciso impedir amadurecimentos, para que endurecer nossas almas? Preciso abrandar valores, desmerecer conceitos, vangloriar devaneios. A imaginação atrofiada carece de estima. É preciso a fuga dessa limitação para o reencontro do ser tolo e infantil, que zombador escondeu-se em algum lugar.
13 fios pro Casulo:
Esse texto me lembrou duas coisas:
"Fields of Innocence", do Evanescence
e um diálogo de "Padrinhos Mágicos":
"Tmmy: Vocês precisam me ajudar! Eu tô grande, machucando as pessoas e incompreendido
Cosmo: Ih, ele virou adolescente!"
XD
Sério, esse é um dos teus melhores textos. Eu cheguei a pensar isso em uma breve fase da minha vida. Mas no final das contas eu percebi que era muito mais chato quando era menor e que hoje eu tô mais parecido com esse "ser tolo e infantil". Amei, Fedelha!
T.T
aim... num posso ver essas coisas...
T.T
"[...] que zombador escondeu-se em algum lugar." Achei essa passagem formidável, e me fez lembrar de uma frase de Anton Graff: "Coitado do ser humano em quem não ficou nada da criança." Acho uma proposta instigante ( e saudável,se me permitem dizer) essa comunicação com algo da criança dentro de nós, dentro da medida correta, é claro. O Equilíbrio é essêncial, já dizia Aristóteles. Por que a infância, ao meu ver, pode ser encarada como um simbolo do questionamento, da imaginação, da excitação de uma idéia; e que tipo de ser humano consegue viver sem isto? Interessante o texto da Márcia, por nos fazer reinvidicar este equilíbrio saudável =)
Não sou intelectual o suficiente para deixa um comentário digno desse texto.Tocante.
Isso! Equilíbrio, exatamente isso que eu procuro Caio. Não da pra ser totalmente criança o tempo todo, se assim fosse não teriamos construido nada, seriamos inconsequentes demais pra isso. Mas também não da pra ser prisioneiro da maturidade, afinal de contas tem coisa mais chata do que a sensatez??
Obrigada pessoas =D
acho que a gente sente muito isso quando sente peso nos ombros de tanta responsabilidade,é uma coisa que antes,só,não tava ali...
eu gostei muito (pra variar).
Carlos,não recebi convite em lugar nenhum do My guetto
Quando Marcos Ramon falou na palestra sobre as saudades da infância e da ausência de responsabilidades lembrei de ti, Feto =]
meu deus eu me empolguei muito nessa palestra de marcos ramon! gente esse homem fala muito bem, e o pensamento dele flui tao livre e ordenado. eu quase me apaixonei por ele shaushuahsa...
LINDO!!!!!!! Droga, vcs sempre me fazem chorar, já ia bater em Carlos por isso, agora vai sobrar p vc tbm, bjão
rapidão... meu lado criança: Carlos, amo Padrinhos Mágicos, é o melhor da TV globinho, hahhahha
"É preciso a fuga dessa limitação para o reencontro do ser tolo e infantil, que zombador escondeu-se em algum lugar."
Perfeito!
É preciso romper de vez em quando.
De preferência sendo o que se é mesmo sem saber como. A eterna criança que não queremos perder de vista talvez nem tenha sido concebida ainda e errôneamente (em minha opinião é claro)nos apressamos em procurá-la no passado. Quando as relações de fertilidade estão bem diante de nós. Se foi ontem, se será agora ou amanhã...é o trivial. Importam as continuidades, o desejo de não deixar de ser ou o cuidado para não se perder tentando ser tantas outras coisas que no fundo já sabemos que não somos.
Interessante o texto relacionado com o comentário final. Primeiro vc diz que seria necessario impedir amadurecimentos e termina colocando o seu ajustamento às transformações externas e aquilo que permanece internamente. O que aparentemente caracteriza uma espécie de amadurecimento que geralmente chega sem nos avisar e dar muitas certezas. Algo bem contraditório...tanto quanto a natureza humana.
Caraca...já tô fazendo um outro texto em cima do teu...rsrs
Só quero terminar dizendo que fico contente por de alguma forma estar acompanhando e aprendendo com o teu processo!
bjs
"Minha inocência ignorante e cômoda"
Se tem uma coisa que eu adoro no filme Matrix é aquela cena que o cara tem que decidir entre a pílula vermelha e azul. O cara - assim como nós - escolhe a do conhecimento. Alguns podem até se arrepender, mas se fossem pra escolher novamente, tomariam a mesma pílula. Penso muito nisto. E sempre me lembro do quanto eu queria e quero crescer mesmo as vezes sentindo muito a falta desta inocência.
E no fundo não há como "empedir amadurecimentos" mesmo não é? Uma hora ou outra todos nós nos deparamos com as angustias desse crescer. Alguns se conformam nas quituterias da vida. Outros - muito mais corajosos perante a vida - aprendem a "encarar as mudanças com mais naturalidade. (...)pra conciliar transformações externas e algumas verdades imutaveis".
O que é melhor: compartilham!
Abraços.
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