Avesso do avesso


O ódio é confortante, ele aquece. Vagarosamente expande o calor pelos sentidos e instintos. Chega calmo e lento, como não quer nada. Aloja-se num canto, germina calado e mais que de repente amadurece em uma explosão pretensiosa, porém maliciosa. Ódio estrondoso não passa de uma exaltaçãozinha dos nervos, zanga de sentimentos mimados. Ódio, que é ódio, é discreto. Nenhum ego enfurecido explode inconseqüentemente. A verdadeira ira, a raiva sincera e pura, exige sagacidade pra ser saciada. Não basta jorrar insolências. É preciso recebê-las. O maior desejo do raivoso é gerar raiva, quem odeia não quer nada além de ser odiado.

O ódio consome. Suga toda energia possível. Desgaste. Cansa. Mata e morre, em cada segundo da sua existência. Alimenta, fortalece cada objetivo e enfraquece todos os objetos. É tão contraditório quanto sua aversão. Tão magnífico e enigmático quanto a afeição. Às vezes tem motivos, por vezes não. Uns passam como rajadas de vento. Outros fazem a curva e voltam pra onde vieram. Declarados ou camuflados. Retribuídos ou não. No fim das contas amor e ódio acabam por ser o mesmo ser, apenas caminham em sentidos contrários. Um é tão confortante e alucinante quanto o outro. Provocantes, envolventes e perturbadores quanto suas ausências. Quem ama saberá odiar, quem odeia já amou um dia. Logo, o ódio é a maior prova de amor..

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Talvez muitos não concordem comigo, mas cheguei a essa conclusão ontem. Tanta gente escreve sobre amor e não percebe como o ódio é tão magnífico quanto. Mas não aquela raiva passageira, to falando do ódio de verdade, que se sente la no fundo. Poucas pessoas ja sentiram isso, assim como poucas amaram sinceramente. É fácil confundir gostar e amar, raiva com odio, mas quem ja sentiu essas duas coisas sabe a diferença. Talvez eu ja teha sentido, talvez nao. Quem sabe eu so nao sou mais uma confusa? Mas no meio da minha confusao acabei chegando nessa conlusão.

Ah espero que vcs tenham gostado das novidades do Casulo...ele ta se desenvolvendo aos pouquinhos =) A gente aguarda comentarios, opiniões! Tanto dos textos quanto dos editorias que estão por vir. Como o Fóssil ja disse os posts ficram as sextas, a partir da semana que vem a gente regula tudo. Beijão pessoas!

14 fios pro Casulo:

Fóssil 21 de março de 2009 às 08:42  

O ódio me encanta também, porque é tão inexplicável quanto o amor. Concordo que ambos são o mesmo ser, algo como um anjinho e um diabinho que na verdade são a mesma criatura que em cada hora apresentam um disfarce pra confundir, atormentar e... dar graça a nossa vida! =] Amei demais esse, Feto! Beijão.

Thais 21 de março de 2009 às 11:26  

Muito interessante. Acho que as pessoas não falam tanto do ódio por preconceito, desde pequenos aprendemos que ele é mau e o amor é bom. Então tentamos alimentar o amor e reprimir o ódio, por isso acho que ele é tão discreto como vc disse. Mas é como pefeitamente o Tao Yin e Yang representa, eles se completam e são, na verdade, a mesma coisa, manifestada sob diferentes formas.

Boa reflexão expressão dela! =)

Beijos,

Amora.

www.desfruto.blogspot.com

Alanna 22 de março de 2009 às 07:29  

acho que não conheço o ódio.
nem o amor.

eu sim sou uma confusa.

Anônimo 22 de março de 2009 às 18:16  

No meu mundo, eu vou fazer um dicionário com as minhas definições, e pode crer que no verbete "ódio" esse texto vai estar lá, integral.

É uma dessas coisas que a gente pensa "como foi que eu não pensei nisso antes?"

Márcia, vulgo Feto 26 de março de 2009 às 05:48  

tb nao sei ate que ponto eu os conheço Allana. mas da observação de quem os conhece bem, da pra tirar algumas conclusoes, apesar da confusao ser inevitavel.

ahh isso tb ja aconteceu comigo angela, da uma agonia hsuahsua. E tb ja pensei em fazer um dicinario com definições próprias, mas nunca coloquei em pratica...quem sabe a gente nao se reune e faz rsrs.

Obrigada Feto e Amora =)
Bjao pra todos

Márcia, vulgo Feto 26 de março de 2009 às 05:50  

ahh gente e o editorial? o que acharam? dos perfis tb...queremos opinioes! bjao

Unknown 29 de março de 2009 às 19:10  

Como Carlos disse na tua descrição, tu garimpou palavras pegas ao acaso, pediu toda a força delas e me nocauteiou no final.
Um dos meus preferidos

:*

Unknown 29 de março de 2009 às 19:10  

a raiva passageira é minha companheira de sempre, mas o ódio talvez nunca tenha experimentado!!

eu sei o q é amor!! depende dele...
amor de amigo sei demais como é, graças a Deus!! e amor por alguém em especial tb sei!! mas tb foi so uma unica vez!!^^

ficou massa bb!! parabéns!!

bj

Unknown 29 de março de 2009 às 19:13  

Só pra constar, gostei MUITO dos perfis e do Editorial. Deram um ar totalmente profissional ao Casulo... não que ele não tivesse antes, claro

:*

Salvadores daqui 29 de março de 2009 às 21:57  

É bem provável que eu nunca tenha parado para pensar na dimensão do meu ódio. Talvez não cultive ódio algum nem esse tão difuso amor profundo.
Como costumo dizer, no fundo, toda profundidade é rasa.

Abraço.

Paulo César di Linharez

Ana Áurea 30 de março de 2009 às 15:46  

adoro a beleza por dentro do amargo,do feio...

Thais 30 de março de 2009 às 19:14  

Posta mais! rs

Beijão,

Amora

www.desfruto.blogspot.com

Jéssica Bittencourt 30 de março de 2009 às 20:24  

Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso.

Gabriella Barbosa 30 de dezembro de 2009 às 11:23  

Tbm concordo, confusamente, mas concordo! Acho q dar espaço p falar do ódio é falr do amor sem clichê