Confissão do dia

Adoro mentiras bem contadas. Por isso confesso as minhas.
Confesso que enganei e manipulei tudo que pude. Cuspi na tua cara, no teu chão, sujei tua rua. Nua e crua fui puramente cruel. Derramei lágrimas enquanto muitos morriam de cede, brinquei na chuva, sem culpa. Fui tão repugnante quanto fui capaz de ser, o seria mais se tivesse tempo, pois essas palavras não traduzem arrependimento, muito menos lamento. Não prezo por absorção, apenas confesso minhas mentiras.
Confesso cada flecha lançada, cada ferida não cicatrizada. Roubei aqueles que me achava no direito de roubar. Aniquilei tudo que me condenada. Calei cada grito que me afligia. Beijei cada boca que me enlouquecia. Por amor, por prazer, por nada, pelo simples ato de ser. Fui sórdida! Lambuzei-me nos braços da vida, suei meu corpo e acalantei minha alma obscena. Entreguei-me perdidamente aos pecados. Da carne, do espírito, todos possíveis e imagináveis.
Inventei vidas e destruí sonhos, sufoquei esperanças e desmenti confianças. Julguei os justos e condenei benevolências. Assassinei santidades e enterrei suas “pseudo-glórias”. Fui eu quem te fez caluniar, difamar. A culpa do tudo é exclusivamente minha. Grandiosamente minha. Por isso orgulho-me densamente de meus feitos.
Sou a pedra no sapato furado dos santos, o calo de sangue dos deuses. De vaidade em vaidade aprendi a arte de ser cruel. Afinal futilidades são tão estúpidas e divertidas! Ao contrário dos corretos sou verdadeiramente feliz. Não finjo sorrisos superficiais, me divirto com lágrimas abissais. Não aborto sortes, apenas dou-lhe na dor do parto o embrião da real fortuna, a aptidão de bolar mentiras bem contadas... E confessá-las.
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Ahhhhhhhh aleluia! Finalmente consegui terminar esse texto. Tudo bem que ele não ficou La grandes coisas mas só a sensação de postar já alivia a alma. Queria ate pedir desculpas pelo sumiço, é que a vida ta agitada. Mas vou tentar me programar melhor pra não deixar o velho na mão sozinho por aqui.
Abs medonhos pra todos!!

obs: Saudade suprema de Marc. Fiquei muito feliz de te ver aqui homem!
obs': Caramba que feliz ta escrevendo!!
obs''; O velho odeia meus "obs" hsuahsuahhsuas.
=D

Das Almas Gêmeas

Nenhuma alma é inteira. Antes de vir ao mundo, a alma se parte e cada pedaço encontra abrigo em um corpo diferente. Nenhuma vida é inteira até que esses corpos se encontrem, até que as almas se completem.
Não é uma tarefa fácil. É possível que algumas de suas almas gêmeas já tenham vindo ao mundo quando você chegou. Também é possível que outras ainda estejam por nascer. É possível que não as reconheça da primeira vez que as vir. Talvez leve tempo também para admitir o quão importante elas são para você e você para elas.
Paciência. O tempo nem sempre é inimigo do homem. O tempo, que destrói monumentos, não destrói almas. Você não precisa perder a vida procurando. A vida se encarregará de te colocar frente a frente com os outros pedaços da tua alma. Nesse momento, caberá a ti a parte mais difícil:
Enxergá-las.
Vais reconhecer nelas algo de ti e algo que lhe falta. E vais sentir que não poderá mais ser completo sem estas pessoas. Vais sentir que a partida delas te dilacera.
Mas também deves lembrar que medidas, distâncias, são aflições que só o corpo conhece. Almas são estágios superiores, vivendo em mundos superiores. Mundos perfeitos onde não há distâncias, nem tempo.
Deves lembrar que tens a responsabilidade de carregar este mundo dentro de ti, o mundo em que estão todas as tuas almas gêmeas. Se o perderes, nada restará. Serás uma concha vazia, uma casca. Oco.
Tu és o único que pode separar tuas almas gêmeas de ti. Se queres um conselho, não o faça. Uma alma partida torna-se irremediavelmente incapaz de encontrar felicidade inteira. E uma alma plena nunca precisará conhecer o horror de se viver pela metade.




Eu não queria postar esse texto ainda porque ele tem uma série de coisas que me desagrada, especialmente o final. Talvez por não tê-lo escrito todo em um só dia, eu perdi a linha de raciocínio e a inspiração. Se um dia eu as recuperar, prometo refazer o texto e postá-lo novamente. Por ora, eu precisava postar alguma coisa senão Bitenco atentaria contra a minha integridade física. Afinal, eu estou "vagabundando até o segundo semestre" XD
Pra encerrar, convite: galera, vamos no show do Nando Reis e Zeca Baleiro que vai ter na Batuque Brasil dia 25 de Abril (notaram a rima entre Brasil e Abril? XD)! Vai ser massa! E também é aniversário da aqui já mencionada Bitenco! XD Vamos!!!

Inetrlúdio.

Galera, sei que esse blog tá meio bagunçado, mas tudo tem sua razão de ser. A pobrezinha da feto tá se matando com esse terceiro ano - que uma hora ou outra chega para quase todos - estuando de dia, de noite e também nas outras horas =/ Daí´vocês não estarem vendo muito o nome dela por aqui ultimamente. E eu não tô achando a maldita pasta com meus textos e não tenho mais nenhum digitado. Se bem que não tô fazendo muito esforço pra achar a pasta, afinal eu tô de férias XD

Só por post não passar em branco, aqui vai um poema de um livro do Fernando Pessoa ("Conversa com Fernando Pessoa" do Carlos (nome bonito! XD) Felipe Moisés [nossa, agora que eu reparei, são três primeiros-nomes Oo] - ALTAMENTE RECOMENDADO =D). Li esse ainda agora e achei muito legal, apesar de nem ser de um dos meus heterônimos preferidos. Ei-lo (e até o próximo post, seja meu ou do Feto!):

"Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra,
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser."

Ricardo Reis